— Ah... que lindo – disse antes de sair do seu lado para colar meu corpo de frente com o dele, envolvi seu pescoço com meus braços e um sorriso apareceu em seus lábios – mas ter ciúmes do Léo o do Neitan é perder seu tempo.
— Sério? - duvidou ele enlaçando minha cintura num abraço possessivo.
— Seríssimo. - confirmei antes de colar meus lábios aos dele que correspondeu com um beijo de tirar o meu fôlego.
— Desculpa... - Damian sussurrou com os lábios roçando os meus – tenho problemas para controlar o meu gênio.
— Eu sei. - concordei com um suspiro enquanto suas mãos subiam e desciam em minhas costas – mas, mesmo assim sinto que você tem alguma coisa pra me dizer. - Era mesmo verdade, Damian era um poço de mistério, mas eu já estava aprendendo a desvendá-lo.
— Sou tão transparente?
— Não... na verdade você é o que o Triângulo das Bermudas seria se virasse uma pessoa... ou quase. - maneei a cabeça e ele riu.
— Faz parte de quem eu sou... - tinha um toque a mais na sua fala que eu não entendi.
— Então? - insisti e ele desviou os olhos dos meus por um instante.
— Luther e os outros mais velhos querem saber se você vai contar ao Conselho o que aconteceu no mês passado.
— Hum... é isso. - murmurei me afastando, ele não ofereceu resistência.
— Isso te incomoda?
— Você não confia em mim. - acusei e ele suspirou.
— Eu não poderia condená-la por fazer o que você tem que fazer.
— Tenho? - pisquei confusa e ele estreitou os olhos.
— Sendo fiel a mim você está traindo sua família.
— Não quero problemas entre vocês... só isso. - expliquei encolhendo os ombros, mas a verdade era que eu não pretendia contar ao Conselho sobre meu relacionamento com Damian.
— Eu agradeço, você sabe o quanto nós prezamos a confiança da família Durani.
Disse ele parecendo um aristocrata, mas era estranho como tudo que ele dizia naquele dia parecia ter um sentido a mais que eu não podia compreender.
— Acho que posso entender... o rompimento desse trato resultaria numa guerra com os Von Otman, não é?
— Exatamente isso. - ele foi frio.
— Hã... falando nisso, você não o viu mais? Viu o Caçador? - sondei com interesse e ele enrijeceu.
— Não mais. Com o fim do clã que Juan pretendia formar não há mais caça para ele.
Ele disse sem conseguir esconder a entonação de raiva na voz e eu me perguntei onde poderia estar o Caçador. A verdade era que desde a noite em que ele havia me salvado, eu estava obcecada por ele. Saber quem ele era podia trazer muitas respostas para perguntas que eu ainda tinha.
— Ah...
— Parece decepcionada. - observou ele e eu dei de ombros.
— Não me culpe, não são todas as garotas do mundo que vivem num rolo sobrenatural desses! É óbvio que eu quero saber mais sobre o Caçador... ou caçadores. - falei meio alto e ele ergueu as mãos.
— Calma estressadinha. - ele disse tirando o cabelo de sobre meu ombro e beijou meu pescoço – desde que voltou de Manaus não ficamos mais juntos... estou sentindo sua falta.
— É... você tem andado bem ocupado. - murmurei adorando o carinho mas ele parou.
— Um pouco... está passando a versão em 3D de Titanic no cinema, que tal irmos?
Damian convidou.
— Eu já vi esse filme umas mil vezes...
— Eu também, mas quem falou em prestar atenção ao filme? - Ele sussurrou no meu ouvido e eu ri, mas senti borboletas no meu estômago.
— Vou adorar.
Falei, ganhando um sorriso de fazer qualquer garota surtar e babar, mas eu já estava ficando boa em disfarçar o quanto a sedução que emanava dele me atingia. Sendo assim subi na moto e o abracei com muito mais força do que o necessário para se segurar em alguém que está no comando de uma moto.
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