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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Os Caçadores d.a.s capítulo 5 / 5ª parte


Não posso dizer quantos minutos fiquei ali, parada em silêncio procurando ouvir algo que jamais ouviria ou ver algo que não estava ali. Então me perguntei:

“ O que estou esperando? O que ainda estou fazendo aqui? O que encontrarei onde meu destino não quer que eu fique? Preciso encontrar a resposta... preciso encontrar a cura para isso! ”

Então peguei a pá de lixo e limpei toda a bagunça. Estava ainda cedo para ir ao trabalho, mas eu não queria ficar parada, queria me mover, ocupar minha mente. Caminhei rápido para a sala e então estaquei. Olhei ao redor e pela primeira vez, senti que ali não era mais o meu lugar. Eu me sentia tão desconectada da minha vida como ela era há um ano atrás, me sentia afundando em um obscuro desconhecido do qual eu não conseguiria escapar. Um desconhecido que me desafiava a conhecê-lo. Balancei a cabeça como se negasse a mim mesma e corri porta afora.


O caminho para meu trabalho foi feito como se eu não visse nada em minha frente, embora o dia estivesse claro e ensolarado, tudo para mim estava nas sombras. Eu me sentia nas sombras, como se estivesse esperando por alguma coisa... o temido amanhã da minha vida. Assim que cheguei em meu trabalho, corri para minha sala – o quarto andar estava vazio ainda – fechei a porta e afundei na minha cadeira. Cruzei os braços sobre a mesa e apoiei a testa neles. Aquilo estava muito estranho e sufocante demais, eu sabia que só faltava uma faísca para acender o estopim que me faria explodir.

Depois de longos minutos, ouvi o som das outras pessoas que chegavam para trabalhar. Achei melhor ligar o computador e ver as pendências daquele dia. Como nos últimos dias, meu chefe casca-grossa, havia tirado o dia para me encher a paciência. Mal ele chegou e já recebi uma pasta de coisas ridículas para fazer. Aquilo era coisa para assistentes fazerem, mas ele havia pegado uma bronca comigo desde que comecei a trabalhar ali. Na cabeça dele, eu só estava naquele emprego por ser neta do governador e ele queria provar isso me dando trabalho que nem mesmo administrativo era.

Passei o dia naquilo e coisa de meia hora depois que voltei do intervalo, me chamou na sala dele.

— Terminou o que lhe passei? - ele perguntou sem me olhar assim que entrei na sala.

— Ainda não, é muita coisa pra um dia só e nem mesmo da minha área específica aquele trabalho é. - retruquei e ele fez um gesto coma mão.

— Esqueça aquilo por enquanto, tenho esta pasta de registros financeiros que você revise me entregue o resumo. - Ronaldo atirou sua bomba e eu deixei o queixo cair.

— Mas eu passei a manhã toda em outros arquivos, como pode me dizer pra esquecer todo o trabalho que eu fiz? Quer dizer que fiz tudo aquilo para nada? - me revoltei e ele ergueu seus olhos emoldurados por grossas sobrancelhas negras para mim.

— Eu posso dizer para você esquecer porque sou seu chefe e você faz o que eu mando, entendeu? E agora você vai fazer esses resumos para mim.

Ordenou ele levantando-se e me entregando umas quatro pastas bem gordas. Foi nesse momento que alguém bateu na porta.

— Entre! Pode ir agora, senhorita Durani. - ele me despachou no momento que minha tia entrou na sala com um enorme sorriso no rosto.

— Bom dia Ronaldo, soube que a Lavígnia estava aqui e por isso vim. - disse e se virou para mim – Preciso falar contigo. Sabrina saiu de férias hoje e você irá ocupar o lugar dela como estagiária. Não é perfeito? - Savanah anunciou lançando a segunda bomba do dia.

— O quê?! - quase gritei.

— Impossível. Vai me desculpar, Savanah, mas Lavígnia é minha funcionária.

Intrometeu-se Ronaldo e a expressão de desdém de minha tia seria até engraçada se eu não estivesse chocada.

— Isso não tem o menor menor problema, Ronaldo. Dê a ela um mês de férias e tudo estará resolvido.

— Não tem como, esse é o mês de férias da outra administradora e não posso ficar só com os assistentes.

— Oras, contrate um temporário. Essa é a oportunidade que a Lavígnia precisava para ser treinada para o cargo que será dela um dia.

— Não posso mexer no quadro de funcionários porque já está fechado, se ela tirar essa licença, será demitida. - replicou ele mau humorado.

— Você sabe com quem está falando? Uma ligação minha e você perde seu emprego! - ameaçou Savanah, eu só olhava de um para o outro, eles falavam de mim como se eu não estivesse presente.

— Sei muito bem quem é senhora Durani, mas garanto que estou nesse cargo por meus méritos e não por ter as costas quentes!

— O que está insinuando Ronaldo? Sabe muito bem que Lavígnia está aqui porque tem competência para isso e não pela influência do avô dela.

— Já estou nesse meio há muito tempo para reconhecer o óbvio, senhora Durani. Se Lavígnia se ausentar eu a demitirei

— Não poderá demiti-la se perder seu emprego antes.

— Então ela que decida o que quer.

— CHEGA! - gritei batendo as pastas com força na mesa de Ronaldo e os dois se calaram e me olharam atônitos – Você! - apontei para minha tia – Não vou assumir o cargo que foi do meu pai nunca! E você – apontei pra ele – Eu me demito! Pegue esse seu emprego e engula! Eu desisto!

Gritei e saí da sala batendo a porta atrás de mim. Saí pisando forte no chão e só entrei em minha sala para pegar minha bolsa.

— Onde você vai? - perguntou Juliana surpreendida com meu estado, ou por ter ouvido meus gritos no fim do corredor.

— Estou indo embora, preciso de um tempo longe daqui.

— Como assim? - alarmou-se ela, e se levantou.

— Diga ao pessoal na academia que mandei lembranças e que vocês são os melhores amigos do mundo. Mas não posso mais fazer isso, adeus. - Falei, dando nela um forte abraço.

— Mas Lavígnia... - ela começou mas eu já estava em frente aos elevadores.

— Eu dou notícias, não se preocupe. - prometi ao entrar no elevador.

Minha cabeça estava fervendo com tantas coisas e eu me recusei a pensar no que estava fazendo. Pois eu havia ido muito além do meu limite com todas aquelas cobranças. Peguei meu celular e cometi uma infração de trânsito, pois liguei para minha avó.

— Alô? Vó, posso passar um tempo aí?

5 comentários:

  1. ahhhhh eu odeio ficar sem net...gente o negócio tah serio,eu no lugar dela faria a mesma coisa...posta posta posta!!

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    1. É muito chato ficar sem net mesmo... =( É as coisas vão ficar bem piores! Hoje vai ter post \o/
      Super beijo

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Oie Ana!

    Te indiquei para um selinho no meu blog, vai lá conferir!
    http://babi-teixeira.blogspot.com.br/2013/07/selinho-versatile-blogger-award-7.html

    Beijos

    Babi

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