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quarta-feira, 8 de maio de 2013

Capítulo 4 - 5ª parte


Eu arfei e pisquei várias vezes olhando para a tela. Com as mãos tremulas desliguei o computador na CPU mesmo, ignorando o modo correto de encerrá-lo. Cobri meu rosto com as duas mãos e fiquei tentando controlar meu emocional. Depois de alguns minutos tentando me tranquilizar, abri meus olhos e peguei minha bolsa que naquela altura tinha ido parar embaixo da mesa. Culpei a noite mal dormida e aquele sonho maluco por estar imaginando coisas. Revirei minha bolsa atrás do meu pó compacto, eu devia estar com a aparência de um zumbi. Era melhor retocar a maquiagem antes de sair.

Assim que abri meu estojinho, o pequeno espelho revelou atrás de mim a figura da jovem que eu já havia visto várias vezes. Estaquei.

— Volte, Lavígnia.

Ela falou e eu dei um pulo da cadeira com o meu coração aos saltos. Olhei para trás – onde o espelho mostrava que ela estivesse – mas não havia ninguém ali. Meu corpo inteirinho começou a tremer como se eu estivesse com muito frio, até mesmo meus lábios tremiam e meus dentes batiam.

— Lavígnia? - Juliana abriu a porta de supetão e eu gritei – nossa, o que foi?

— Nada... - ofeguei – você me assustou.

— Ah, desculpe então. Hã... sua tia está te chamando. - ela avisou antes de sumir e eu fechei os olhos por um instante.

“ Eu mereço... mas agora terei algumas respostas! ”

Decidi que iria perguntar à Savanah se tudo que estava acontecendo comigo era por conta da nossa maldita história com os vampiros. Sendo assim, marchei em direção à sala dela e nem mesmo parei para me anunciar à secretária sem nome de Savanah.

— Tia... - chamei-a entrando esbaforida na sala – eu quero saber por que estou...

— Ah, Lavígnia. Você já fez o relatório que pedi? - ela mudou o assunto.

— Não. Eu quero saber...

— Lavígnia querida, eu precisava que você me entregasse ainda hoje.

— O quê? - indaguei confusa, ela estava realmente me cortando?

— Isso mesmo... teremos algumas reuniões importantes na semana que vem. Até mesmo uma audiência com a presidente em Brasília, seu avô vai ir e eu o acompanharei. Preciso dos dados que lhe pedi.

— Mas eu não sou sua assistente! - ralhei e ela me lançou um olhar de repreensão.

— Eu sei que não. Mas é a sucessora deste cargo, daqui há alguns anos a segurança das pessoas estará nas suas mãos. Você deve estar pronta.

— Mas eu não quero isso... eu quero é saber...

— Agora pensa assim, Lavígnia. Mas daqui há alguns anos me dará razão, acredite. Agora eu realmente preciso que você faça um relatório e um balanço das denúncias na Corregedoria da Polícia Civil no ano passado. - ela disse me passando uma outra pasta que eu não sei porque eu peguei, talvez pra ter certeza que não era um outro delírio – Você pode me entregar isso no máximo até sexta-feira, certo?

— Sexta-feira?! - repeti alarmada quando a secretária abriu a porta.

— Senhora Durani... o senhor Dávila está aqui e quer lhe falar.

— Ah... pois mande-o entrar. Quer mais alguma coisa Lavígnia? - Minha tia perguntou com a expressão mais cínica o possível e eu ia abrindo a boca para dizer que não iria fazer mais trabalho algum pra ela quando o imbecil do Marcelo Dávila entrou.

— Savanah, tenho algo urgente pra tratar com você.

Ele anunciou e os dois me olharam como se perguntassem o que eu ainda estava fazendo ali. Com um suspiro irritado, saí da sala dando uma batida – nada gentil – no ombro dele com o meu. Saí em disparada pelo corredor, se ela não iria me dar as respostas que eu queria, eu mesma iria encontrá-las. Seja o que fosse que eu precisava saber, estava certa que estava tudo naquele bendito arquivo no subsolo. E eu saberia mesmo que tivesse que arrebentar aquelas portas com um cadeira.

Nem quis saber de chegar aos elevadores e abri a porta que dava para as escadas e desci correndo por elas até o subsolo. Quando cheguei, estava meio ofegante, mas decidida a acabar de vez com aquele joguinho de mistério. Corri pelo vazio e estreito corredor até a porta do falso almoxarifado. A abri e dei de cara com apenas um almoxarifado normal. Havia caixas, papéis, vassouras, etc...

— O quê?! - falei, pestanejando.

Onde estava a porta que conduzia para o arquivo? Não tinha mais! Empurrei os baldes, as caixas, as vassouras e dei de cara penas com uma parede cinza onde antes tinha uma porta. Eu sabia que tinha uma porta ali! Não era outra alucinação pois Savanah mesmo tinha falado sobre o arquivo no subsolo. Teria ela se arrependido de me contar sobre ele e mando concretar a porta?

“ Mas é lógico que sim! ”

Constatei amaldiçoando minha sorte, ou a falta dela. Como se atreviam a me ocultar o que tinha naquela droga de arquivo? Eu tinha o direito de saber! Depois de quase espumar de raiva e chutar algumas caixas, eu saí daquele lugar convicta de que o que minha família escondia de mim era algo muito além do segredo dos vampiros. Sim, algo muito maior e tão grave ou importante que eles não me contaram e não queriam que eu soubesse. Quando saí do elevador já no quarto andar, eu estava disposta a ir até Savanah e obrigá-la a me contar o que estava acontecendo mesmo que eu tivesse que ameaçá-la com uma barra de ferro ou qualquer coisa que aparecesse na minha frente.

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2 comentários:

  1. ahhhh agr sim ...dessa vez acho ki ela consegue alguma coisa...mas a pergunta que não quer calar eh:onde está o Damian??

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    1. kkkkkkkkkkkkkkk acho que o Damian está sumido porque está aprontando alguma coisa =O rsrsrs obrigada por acompanhar e sempre comentar ~.^

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