— Ah que pena – Ágatha lamentou enquanto saíamos da sorveteria munidas cada uma de uma casquinha, a minha de chocolate e a dela de limão – eu queria tanto conhecê-lo. - falou em relação à viagem de Damian.
— É... ele vai ficar um bom tempo fora. - falei meio triste, porém estava com um pouco de raiva dele pela partida repentina.
— Lavígnia? - alguém falou o meu nome e Ágatha e eu nos viramos para encontrar o mais velho dos Nunes, Daniel, me fitando.
— Ah... como vai? - cumprimentei, percebendo como seus olhos disparavam de mim para minha irmã.
— Bem, então está passeando por aqui?
— É... vou passar uns tempos aqui.
— Hum... legal, então a gente se vê por aí. - ele disse despedindo-se.
— Claro, até mais. - respondi.
— Quem é? - Ágatha especulou assim que ele se afastou.
— Um conhecido. Ele trabalha no haras daqueles amigos da Mariana que te falei, lembra?
— Sim eu lembro. Nossa... ele olhou de um jeito estranho pra gente né? - ela observou coberta de razão, tinha mesmo sido um olhar suspeito.
— Pois é, acho que foi por me ver aqui. Ele sabe que eu moro em Porto Alegre, sei lá deve ter estranhado que os amigos e eu tenhamos voltado no mesmo dia.
— Ah, então eles também voltaram hoje?
— Sim, pelo que disseram iam voltar hoje de manhã.
Respondi enquanto caminhávamos lentamente pela calçada em direção à nossa casa. Era tão bom estar ali. Pela primeira vez em dias, eu sentia que estava no lugar certo, sentia uma paz que não podia explicar. Mas tinha a leve impressão que aquela calmaria toda duraria apenas algum tempo mais. Mudamos de assunto, mas o clima estava meio tenso entre nós. Vovó Elisabete fez um belo jantar, mas tivemos que aturar o vô falando de seus processos. Ele era advogado aposentado, mas ainda mantinha seu escritório e trabalhava.
Depois do jantar, lavei a louça e Ágatha secou. Nossos avós dormiam cedo, então ficamos só nós duas.
— Estava pensando em ir no Cilho amanhã – minha irmã comentou quando estávamos no meu quarto – faz tempo que não ando à cavalo. Estou com saudades da cachoeira grandona também.
— À cavalo? Hum... os amigos da Mari tem um haras. Se ela vir a gente poderia ir até lá, quem sabe. - propus ligando o computador no canto do quarto.
— Um haras? Sério?
— Hum-hum.
— Nossa, que legal. Mas você fala tanto desses amigos dela... são seus amigos também? - ela se interessou.
— Ah... são sim. Eu gosto deles, principalmente do Léo, ele é muito engraçado.
— Adoro gente assim. Mas e tem outros?
— Sim, o Neit e a Lídia. - falei enquanto verificava as mensagens no meu Facebook, a saber; Rodrigo, Anderson, Gabi, Yasmim e Juliana deixaram uma enxurrada de perguntas e cobranças sobre meu “ sumiço repentino ”.
— Neit? Que nome é esse?
— É o apelido dele Ágatha! O nome dele é Neitan... - falei quando a imagem dele surgiu na minha mente. O passeio na roda gigante, o ursinho que havia me dado e principalmente o que tinha me dito antes de entrar no carro.
— Bonito nome, ele é bonito também? - minha irmã se interessou e eu suspirei.
— Lindo! A Mariana é caidinha por ele. - falei jogando água gelada no interesse dela.
— Hum... tô vendo que tá cheio de caras lindos nessa cidade. Ah, Lavígnia! Lembra do cara que me segurou lá na escada do teatro Amazonas?
— Lembro sim, por quê? - e como eu lembrava, havia ouvido a conversa mega estranha dele e que envolvia minha irmã e eu.
— Ele veio comigo no mesmo voo.
— Hã? - me virei na cadeira cor de rosa e a olhei.
— Sim... ele desembarcou aqui mesmo e entrou num carrão com outro cara lindo de morrer.
— Outra coincidência!
— Verdade... eu bem que gostaria de encontrá-lo outra vez.
— Se interessou é?
— Claro! Tô livre, leve e solta, solteira e muito inclinada a mudar esse estado. Ainda mais se for com um gato daqueles! Nossa... muito lindo aquele cara. - Ágatha derreteu-se cheia das segundas intenções e eu ri.
— Você não tem jeito mesmo...
— Ué, mas o que tem de errado? Detesto ficar sem um namorado.
— Eu sei disso, troca mais de namorado do que eu troco de ideia!
Associei e a ouvi rir com gosto. Foi quando achei Mariana on-line no Facebook, e começamos a conversar. Ela queria saber como tinha sido a viagem e se eu estava me sentindo melhor. Contei pra ela sobre Ágatha e o encontro com Daniel no centro. Mariana fez o drama esperado e lamentou não estar em Bom Jesus também.
— Vou dormir – anunciou Ágatha levantando-se – boa noite.
— Boa noite.
Respondi sem tirar os olhos da tela do computador. Fiquei mais algum tempo na internet e depois resolvi me preparar para ir dormir. Iria ser meio difícil me acostumar a nova rotina, em minha casa, o banheiro ficava no quarto, e na minha nova casa temporária ele ficava no corredor. Peguei minha escova de dentes e saí. Enquanto escovava os dentes, lembrei que não tinha desligado o computador. Passei por minha mente as várias vezes em que o tinha desligado no passado, agora estava mais acostumada com meu notebook.
Depois de prender os cabelos numa trança, voltei para o quarto. Assim que cheguei na porta, vi a tela azul do computador fazendo Logoff. Franzi as sobrancelhas, estranhado o fato. Eu não lembrava de tê-lo desligado, mas agora a tela desligava junto com a CPU. Só então notei que tinha prendido a respiração, a soltei devagar enquanto fechava a porta e tentava convencer a mim mesma, que eu poderia ter colocado o computador pra fazer Logoff e esquecido.
Oi,Aninha vc quer me matar de ansiedade né?Quando vc vai postar mais capítulos...Bjo
ResponderExcluirMarcinha não quero que tu morra! Quero vc muito bem, viu? kkkkkkkkkkkkkkkkkk já indo postar =) Beijão
Excluirahhhhhhhhh gente jah toh arrancando os cabelos aki....posta posta posta!!!!!
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ai Scar, deixa os cabelos no lugarzinho deles que hoje tem post.
ExcluirBeijooooooooooo