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sábado, 29 de junho de 2013

Caçadores d.a.s - capítulo 5 / 4ª parte

Enquanto olhava para minha xícara entre minhas mãos, sobre a bancada da cozinha, lá fora o dia amanheceu. Eu estava grata por ser sexta-feira, já que não aguentava mais o ritmo estafante daquela terrível semana. Eu realmente estava me sentindo quase no limite. E ficar longe de Damian, seria uma outra provação.

— Bom dia. - Mariana disse entrando na cozinha.

— Não é meio cedo pra você estar de pé?

Estranhei vendo aparência abatida dela. Os cabelos estavam presos numa trança simples e no rosto nenhum traço de maquiagem, o que era mesmo pra estranhar já que ela era muito vaidosa.

— Tive um sonho estranho e não consegui mais dormir – respondeu enquanto ia até a cafeteira – e você? É mais cedo pra você do que pra mim.

— Bem eu... não dormi muito bem. - murmurei e ela sentou-se na minha frente do outro lado.

— Teve pesadelos também?

— Pior... - eu não contaria sobre meus sonhos estranhos pra ela – tive uma péssima notícia ontem.

— Mesmo? E o que foi?

— Damian foi viajar e só me avisou quase na hora de ir para o aeroporto.

— Nossa... que chato isso. E pra onde ele foi? - ela quis saber e reparei que em seu rosto também havia olheiras.

— Pra Europa, ela vai ficar no mínimo um mês lá. - respondi não querendo revelar o exato país para onde ela tinha ido, embora naquela altura, ele não deveria ter nem chegado ainda na Inglaterra, onde faria a conexão para a Romênia.

— Hum... mas ele mora lá não é? - replicou ela e eu franzi as sobrancelhas.

— Não. - discordei a encarando.

— Mas você me disse uma vez. - Mariana insistiu.

— Não disse não, Damian não mora na Europa, Mariana. - corrigi e vi seus olhos se arregalarem um pouco.

— Europa?

— Sim, foi o que eu disse. Damian foi para a Europa. - repeti vendo sua expressão contrariada e assustada ao mesmo tempo.

— Ah... então eu não ouvi direito.

— E o que você ouviu? - eu quis saber, desconfiada de que algo estava estranho com ela.

— Nada, esquece. - ela murmurou tomando seu café, notei que apertava a xícara.

— Está tudo bem com você?

— Hum, claro! - ela pareceu meio surpresa – É claro que estou bem, é que... estou um pouco triste por nossos amigos terem ido pra Bom Jesus.

— Ah... Bom Jesus...

Repeti lembrando de todas as pistas em meus sonhos que me mandavam para lá. Eu já estava tentada a ir mesmo e encontrar as respostas, na verdade aquele desejo já estava se tornando uma urgência que eu sabia – embora não admitisse – não poder controlar por muito mais tempo.

— É... Bom Jesus. - sua voz não passou de um sussurro, e um longo momento de silêncio se arrastou entre nós duas. - Bem eu... já vou indo, tenho que pegar uns livros na biblioteca da facul... até de tarde.

— Tudo bem, até mais. - eu disse antes dela sumir pela porta.

Naquele momento eu suspeitei que Mariana estivesse passando por algo estranho, talvez como eu. Eu nunca dissera que Damian morava na Europa, mas sim em Bom Jesus. Teria Mariana ouvido Bom Jesus quando na verdade eu disse Europa? Com um suspiro inconformado, me levantei.

“ Mas o que está acontecendo aqui? Por que estou tenho esses sonhos? Por que vejo coisas estranhas? Por que vivo rodeada de mistérios? Por que Damian não me avisou dessa maldita viagem? Por que não posso ter uma vida normal? ”

— Droga! Eu odeio minha vida!

Gritei enraivecida e fui surpreendida pelo imediato barulho de vidro quebrando. Me virei rapidamente, esperando encontrar Néftis em cima da pia derrubando os copos. Mas ela não estava lá. Na cozinha só estava eu, e o barulho havia sido da xícara que havia caído no chão. Xícara essa que eu havia deixado quase no meio da bancada. Como ela havia caído? Na verdade, ela nem perto estava da bancada mas caída ao pedaços perto da parede, como se tivesse sido arremessada contra a mesma. Até mesmo a marca do café que havia dentro da xícara, manchava a parede.

Minha respiração desapareceu por um momento, enquanto eu varria a cozinha com meu olhar. Eu podia estar vendo coisas outra vez, como a jovem que quase me fez bater o carro e que na verdade não estava na frente dele, ou como no espelho quando a vi. Mas tudo era silêncio e nem mesmo uma sombra diferente havia. Caminhei até os cacos e me abaixei, queria tocá-los para me certificar que não era outra visão sobrenatural. Mas meus dedos tocaram os cacos e eu vi que havia mesmo acontecido. A xícara havia sido arremessada contra a parede, e não tinha mais ninguém ali além de mim.

O que achou do que leu? Comente. Leva apenas alguns segundos e vou adorar ler =)

4 comentários:

  1. caracaaaaaaaa a coisa tah ficando seria .... muito curiosa,posta posta posta!!

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    1. kkkkkkkkkk oi Scar =D Saudade de ti guria ^.~ Vc chegou bem no dia do outro post \o/ Beijos

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  2. Cheguei ao seu blog e fiquei entusiasmado, pois foi feito com muita graça, e com boa intenção.
    Gostei do que li e achei um blog abençoado, onde se aprende muito.
    Sou António Batalha, tenho um blog peregrino e servo, se me der a honra de o visitar ficarei grato.
    PS. Se seguir meu blog faça-o de forma a que eu possa encontrar o seu blog para segui-lo também.
    Que a Paz de Jesus seja sempre consigo.

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    1. Olá António, é um prazer para mim que tenha deixado seu comentário tão amável ^.^ Muito obrigada! Vou adorar seguir seu blog, mas você não me deixou o link dele. Dê-me o endereço e irei visitar e seguir rapidinho \o/
      Amém e que a paz do nosso Senhor envolva sua vida com o aroma suave de Cristo =)
      Abraços

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